Na margem de cá o dia ainda começa quente e vai abafando ao longo das horas. O tal do Outono ainda não chegou ou pelo menos só oficialmente e nós lá vamos aproveitando os últimos raios quentes de sol antes de hibernarmos.
Desde que comecei a fazer o mestrado em Noticia e Documentário na Universidade de Nova Iorque, os dias parecem ter encurtado e o tempo parece já não esperar por mim. Agora sou eu tenho que andar sempre atrás dele e sem que me tivesse apercebido naturalmente e inconscientemente comecei a correr exactamente como os nova-iorquinos que eu tanto criticava.
Corre para aqui e para lá, entra no metro sai do metro, carrega a câmara e volta a descarregar… mas no meio de tanta lufa lufa, ontem finalmente arranjei um tempinho para fazer o que me aptecesse e assim o fiz.
A propósito da assembleia geral da ONU que começou esta semana aqui em Nova Iorque e da presença dos ilustres presidentes, o trânsito que geralmente pouco flui agora está estagnado…enfim mas o que queria dizer é que a propósito da reunião, estão na cidade várias autoridades e personalidades e ontem fui assistir a uma palestra na minha universidade de um deles.
Jerry John Rawlings ex presidente da república do Ghana e sua esposa Nana Konadu . Confesso que pouco sabia sobre ele. Acostumada ao protocolo e aos longos discursos dos nossos líderes africanos fiquei impressionada com a informalidade, a clareza e a paixão visceral com que ele falou sobre os problemas de África e as possíveis soluções.
Como Africana de Moçambique, sai da palestra com um sentido de orgulho e com a auto estima lá em cima por ser daquele continente e ao mesmo tempo com uma ânsia e pressa de voltar logo e colocar as mãos na massa. Foi aí que me dei conta que afinal tudo o que faço e que tenho vindo a fazer nestas quase 3 breves décadas de vida, é sempre com intuito de um dia voltar...voltar para margem de lá.
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